“Toda construção deve obedecer à três categorias: a solidez (firmitas), a utilidade (utilitas) e a beleza (venustas)”
Bürdek, 1997
Fonte: Unsplash | Autor: Edho Pratama
Mercado e tecnologia ↩
Apesar de 2020 ter sido marcado pela insegurança econômica em diversos setores, é indiscutível que a pandemia impulsionou a transformação digital.
De acordo com a Akamai em 2020 o Brasil teve um aumento de 112% no uso da internet. Além disso, a NeoTrust (uma das principais fontes do mercado digital) mostrou que no primeiro trimestre de 2021 foram realizadas 78,5 milhões de compras on-line, chegando a somar mais de R$ 160 bilhões até o final do ano.
Estamos vivendo uma época em que o crescimento do setor tecnológico se torna cada vez mais competitivo e, com toda essa interação online, é importante lembrar que o conceito de marketing 4.0 nos mostra como o comportamento do consumidor está diferente.
Ao contrário das empresas do século XX onde todos os insumos e informações eram produzidos pela própria entidade, o consumidor do século XXI é muito mais bem-informado, exigente e tem tendência a relatar grande parte de suas experiências, sejam elas positivas ou negativas, colocando as pessoas em uma posição de horizontalidade com a marca.
Associando esse fenômeno à quantidade massiva de informações à qual temos acesso diariamente, está cada vez mais desafiador se sobressair como empresa, ficando evidente que grandes companhias que apostam em inovação também investem em design.
Ou seja, o design se tornou não só um elemento de diferenciação capaz de conquistar potenciais clientes, mas uma vantagem competitiva que permite solucionar problemas, gerar valor e oferecer uma experiência agradável.
Um pouco de história ↩
Sabemos que o design é muitas vezes equiparado ao padrão estético de um produto ou serviço, mas essa é uma definição muito superficial.
Segundo Neil Patel em seu artigo Design: o que é e qual a importância para o seu negócio:
“A primeira menção ao termo ‘desenho industrial’ apareceu no livro The Art & Craft of the Machine (National League of Industrial Art, 1902), do arquiteto Frank Lloyd.
Na época, o objetivo era substituir os métodos artesanais pela produção em série.
Apenas em 1919, com a fundação da Escola de Arte Bauhaus que o termo foi associado à arte e integrado ao mercado e à tecnologia, abrindo espaço para soluções que combinavam aspectos práticos, comerciais e estéticos.”
Design System ↩
Quando os profissionais de User Experience (UX) e User Interface (UI) se aproximam do time de desenvolvimento e começam a aprender com seus processos, o mundo dos designers se torna mais complexo e nasce uma metodologia que permite a implantação de produtos digitais de forma mais eficiente e menos artesanal.
O design system é um documento em evolução constante que centraliza as propriedades e componentes de um sistema, contendo, de maneira organizada desde os itens mais básicos como cores, tipografia, sombras, bordas e espaçamentos (design tokens), até os templates, linguagem, tom de voz, especificação das animações, entre outros.
O todo se torna maior que a soma das partes quando o design system deixa de ser apenas código e layout e passa a ser uma biblioteca viva de elementos que permitem empoderar decisões e adotar uma mudança no mindset da equipe.
Essa prática não é apenas sobre fazer botões, desenhar telas, implementar a interface com mais agilidade e rapidez ou facilitar a vida do desenvolvedor. Tudo isso é consequência.
Unificar os padrões de design e código têm se mostrado cada vez mais eficiente, já que se preocupa com as necessidades não só dos designers e usuários, mas da equipe como um todo. Permitindo escalar a forma como projetamos e desenvolvemos os produtos digitais, sempre lembrando que o processo de design não é escrito em pedra, ele se adapta ao tipo de mercado e à dinâmica que será atendida, avaliando as necessidades do negócio e as melhores ferramentas a serem aplicadas.
“Um Design System não é um projeto. Ele é um produto que serve a outros produtos”
(Nathan Curtis)
Materiais complementares ↩
Design Systems: exemplos práticos – alura
Building a Visual Language – Artigo Arbnb
Material design – Design system do google
Human Interface Guidelines – Apple