Cultura organizacional

Fuja da gestão tradicional: promova uma cultura organizacional que favorece o convívio!

Thomas Kuryura
em

“Nunca encontro uma sala de reunião vazia”, eis um problema enfrentado por todos que trabalharam em grandes empresas. E não vou nem entrar no mérito das “reuniões intermináveis”, que nos fazem parecer improdutivos. A questão aqui é que não importa quantas salas de reunião existam,  elas nunca serão suficientes, sempre haverá pessoas que precisarão de uma sala quando a mesma estiver ocupada por outras pessoas.

Acredito que esse fenômeno baseia-se na “Teoria da tragédia dos comuns”. Sem querer entrar no blá blá blá chato, vou tentar simplificar:

Vamos fazer de conta que montamos uma sociedade da qual eu, você e mais 20 pessoas fazem parte. Juntamos um dinheirinho e compramos um pasto de 20 m². Esse pasto é da sociedade, portanto um recurso compartilhado.

O José, um dos sócios, percebe que, seis meses após a compra, ninguém está usando o pasto e decide que vai colocar umas 3 vacas para pastar e ganhar um dinheirinho vendendo o leite.

O Mauro vê que o José teve uma idéia inteligente e que está ganhando um dinheirinho, decide então colocar 6 vacas.

Então, o Alexandre que percebe que o trabalho dos dois está dando resultado e decide comprar 50 vacas para colocar no pasto.

Você já entendeu o que aconteceu, não é? Um mês depois acabou a grama do pasto e todas as vacas morreram.

Esse é o cerne da Teoria da tragédia dos comuns: todos os recursos finitos compartilhados tendem a acabar se o acesso a ele for livre. É por esse motivo que você não encontra uma sala de reunião quando você precisa de uma ou porque, no café da manhã oferecido pela empresa, o presunto acabou sem que você tenha pego uma fatia.

A primeira ação para resolver o problema é criar regras:

Apesar de ser uma solução, isso começa a gerar problemas: Burocracia.

Agora vamos pensar um pouco no caso da na sala de reunião. Como podemos criar regras para resolver o problema?:

Acho que você já entendeu o que eu quis dizer com Burocracia, certo?

Pois bem, é assim que pensam os gestores em empresas tradicionais, mas como resolvemos o problema sem criarmos regras e burocracia? Afinal, criamos regras porque achamos que as outras pessoas nunca agirão do jeito que esperamos.

Lembrei de um caso que ocorreu no Japão logo depois do desastre de Fukushima. O que você acha que aconteceria se a população local descobrisse que o suprimento de água potável engarrafada à venda nos mercados fosse limitado? O caos dentro do mercado? Pessoas comprando em grandes quantidades para tentar garantir sua própria sobrevivência? Mas não foi isso que aconteceu. Cada pessoa comprou apenas uma garrafa e isso nunca foi uma regra estipulada pelo governo. Existia apenas uma nota na prateleira: “Estamos com pouca água potável”. Isso aconteceu porque existe neste povo um valor muito importante em sua cultura: “pense nos outros antes de pensar em você mesmo”.

Acho que agora você entendeu o xis da questão: o problema não está na criação de regras burocráticas, mas sim nos valores, princípios e cultura das pessoas que trabalham em comunidade.

Agora quero que você reflita um pouco, na sua empresa:

Por fim, vou fazer uma única pergunta sobre gestão:

Você já se preocupou em criar valores, princípios e cultura em seus colaboradores em vez de criar regras?

Pense nisso, leia mais sobre a cultura organizacional da Just.


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