A API pode ser comparada a pontes que conectam os dados de um cliente a um servidor e estão presentes nos principais programas e aplicativos disponíveis no mercado hoje.
Sem que o usuário sequer perceba, essas Interfaces de Programação de Aplicações ajudam a processar trilhões de gigabytes de dados todos os anos, trocando informações entre sistemas que até não estariam conectados de outra forma.
Como você pode ter imaginado, a combinação de fome com a vontade de comer pode ser bastante benéfica para empresas de todo porte. Afinal, da necessidade de integração de aplicações surgiu uma tecnologia capaz de fazê-la.
Neste artigo, vamos te contar tudo que você precisa saber sobre o assunto: o que é, como funciona, exemplos de tecnologias e muito mais, veja só!
O que é API ↩
Antes de qualquer coisa, é importante explicar o que é API e como essa funcionalidade pode revolucionar as interações tecnológicas.
A sigla significa Application Programming Interfaces (ou, em bom português, Interfaces de Programação de Aplicações), isto é, uma interface que permite a interação de dois sistemas distintos e possibilita agregar funções a sites, softwares e aplicativos.
Em outras palavras, estamos falando de um conjunto de padrões e protocolos que viabiliza a comunicação entre diferentes plataformas.
Isso significa que você pode, por exemplo, utilizar uma API do Google Maps ao site da sua empresa para mostrar aos clientes onde fica a sua loja e como chegar até lá sem precisar trocar de página.
Ou seja, a interface vai permitir que o site da sua loja utilize as informações e funções do Google Maps, mesmo tratando-se de um servidor distinto.
Outro exemplo que esse tipo de ferramenta possibilita é a criação de um aplicativo de fotos para Android sem que seja necessário desenvolver uma nova interface de câmera: basta utilizar a aplicação do sistema operacional.
Além de funcionar como um “tradutor” entre sistemas que falam “línguas” diferentes, as Interfaces de Programação de Aplicações também garantem segurança e agilidade aos processos digitais.
Unsplash Autor: @afgprogrammer
Como funciona a API ↩
Imagine que você está em um restaurante. Você se senta à mesa, procura o que quer consumir no cardápio e faz o pedido ao garçom, que leva o pedido para a cozinha. Quando o prato está pronto, o garçom faz o caminho contrário, levando o prato até você.
Perceba que, nessa metáfora, o cozinheiro não sabe por que você fez aquele pedido e, simultaneamente, você não sabe como o prato foi preparado pelo cozinheiro. O garçom foi simplesmente responsável por entregar aquilo que foi solicitado.
Na prática, a Application Programming Interface atua como esse garçom: ela recebe o pedido, leva até o servidor responsável e te devolve aquilo que você solicitou. Nesse caso, em vez de um prato, estamos falando de uma informação ou funcionalidade.
Tipos de API ↩
Não existe apenas um tipo de Application Programming Interface para atender às necessidades específicas de cada empresa. A melhor interface para o seu negócio vai ser aquela que melhor corresponder ao uso pretendido.
A ferramenta pode ser pública ou aberta, privada ou interna, de parceiros ou compostas. Confira as diferenças!
API pública ou aberta ↩
As APIs públicas ou abertas são aquelas que não são de uso exclusivo da empresa responsável pelo seu desenvolvimento.
Isto é, podem ser utilizadas por qualquer desenvolvedor, corporação ou usuário que deseja acessar determinado sistema.
Geralmente, esse tipo de interface é oferecida gratuitamente, mas algumas podem ter limite de uso.
API privada ou interna ↩
Quando falamos de APIs privadas ou internas, falamos de uma interface cujo uso é limitado a pessoas autorizadas, ou seja, só a empresa que criou pode utilizá-la.
Bastante utilizadas em sistemas corporativos, essas interfaces viabilizam o acesso a sistemas e dados internos, além de possibilitar a integração de setores distintos, a otimização da comunicação interna e o estímulo da produtividade.
API de parceiros de negócio ↩
Poderosa ferramenta de negócios B2B, as APIs de parceiros são disponibilizadas exclusivamente para desenvolvedores ou clientes externos que estejam especificamente autorizados a utilizá-las.
Esse formato utiliza mecanismos de autenticação e segurança mais robustos, já que os parceiros cedem direitos e licenças para acessar a interface, oferecendo maior controle sobre quem acessa o sistema.
API****s compostas ↩
Frequentemente utilizadas para criar sequências de operações interdependentes, as Application Programming Interfaces compostas combinam duas ou mais APIs para cumprir sua função.
Essas ferramentas são indicadas para sistemas mais complexos e para potencializar o desempenho de interfaces individuais.
Vantagens das API****s ↩
O atual cenário tecnológico oferece várias alternativas de integração entre sistemas, como sistemas baseados em Electronic Data Interchange (EDI).
No entanto, não é mera coincidência que, em 2022, mais de 90% dos desenvolvedores utilizam Application Programming Interfaces. Essa ferramenta pode representar muitas vantagens para qualquer empresa.
Afinal, esses recursos facilitam a navegabilidade do usuário, agilizam o acesso e a troca de informações, permitem a monetização de recursos, potencializam a segurança dos sistemas e até ajudam a reduzir custos de operação!
Confira outras vantagens por trás das Application Programming Interfaces!
Mais segurança ↩
Para que seja possível trocar informações de um servidor para outro, é fundamental que o sistema seja seguro o suficiente para que esse intercâmbio de dados aconteça sem perigo.
Quando utiliza-se uma Application Programming Interface, é possível aplicar filtros que permitam acesso exclusivo apenas aos dados que serão, de fato, utilizados.
Dessa forma, as informações que não são necessárias não são expostas e não ficam vulneráveis.
Além disso, as interfaces são capazes de identificar quem acessa, quando acessa e que conteúdo acessa, garantindo mais controle e segurança aos dados do sistema.
Mais agilidade ↩
Uma das maiores vantagens em utilizar sistemas informáticos é a agilidade na troca de informações: se o sistema não for rápido o suficiente para cumprir suas funções, a experiência do usuário será negativa.
Nesse sentido, utilizar uma ferramenta que garanta a integração de duas plataformas complexas em uma só linguagem garante muito mais agilidade e eficiência ao sistema.
Em outras palavras, as APIs fazem tudo com muito mais rapidez quando falamos de “traduzir” duas plataformas distintas, sem a necessidade de alocar uma equipe inteira de desenvolvedores para isso.
No fim das contas, o sistema opera com maior eficiência na troca de informações, possibilitando economia de tempo, dinheiro e dados para exercer suas tarefas.
Mais fácil de usar ↩
Mesmo quem não conhece os pormenores de como funciona uma Application Programming Interface pode utilizar essa ferramenta sem maiores dificuldades.
Afinal, o desenvolvedor não precisa instalar aplicativos para traduzir linguagens distintas para possibilitar a integração de sistemas: a própria API faz isso de forma eficiente e sem comprometer a navegabilidade do usuário.
Menos trabalho manual ↩
As Application Programming Interfaces permitem que a extração de dados específicos (mesmo em grandes quantidades) seja feita de maneira automatizada.
Desse modo, não há a necessidade de alocar time e recursos para exportar informações entre diferentes sistemas.
Em vez de ficarem presos a trabalhos manuais exaustivos (e sujeitos a erros humanos), seus colaboradores podem ser redirecionados para tarefas mais complexas enquanto a interface faz o trabalho “pesado”.
Mais controle de acesso ↩
Sistemas baseados em Application Programming Interface contam com uma ferramenta de gateway que permite o amplo controle de quem acessa seus recursos.
Assim, é possível mapear o tráfego, analisar a origem dos acessos e gerenciar o fluxo no sistema sem dificuldades.
Ou seja, estamos falando de um recurso especialmente valioso para plataformas de e-commerce, que podem utilizar as informações abstraídas para implementar novas estratégias de operação!
Exemplos de API ↩
Você provavelmente já utilizou algum serviço baseado em API e nem se deu conta! Essa ferramenta está presente em quase tudo justamente por facilitar a vida de desenvolvedores e usuários mediante baixo investimento.
Confira os exemplos mais comuns de Application Programming Interface!
Pagamento ↩
Se você tem um e-commerce, por exemplo, pode utilizar uma API para integrar sistemas dentro do seu site e, assim, expandir os métodos de pagamento disponíveis para os clientes.
Assim, o usuário pode pagar na modalidade Pix ou fazer o pagamento via banco parceiro sem precisar abrir outra página.
Redes sociais ↩
Um exemplo relativamente comum é a Application Programming Interface para incorporar dados de login ou usuário de redes sociais.
É isso que acontece quando você visita um portal de notícias e consegue deixar um comentário utilizando suas informações de login do Facebook ou Twitter, ou quando você consegue postar a mesma foto em diferentes redes sociais ao mesmo tempo.
Esse recurso pode enriquecer a experiência do usuário, que não precisa fazer novos cadastros a cada novo site que acessa: basta importar suas informações do seu perfil nas redes sociais.
Comércio eletrônico ↩
Plataformas como o Mercado Livre e o eBay possibilitam a integração de sistemas para ampliar a oferta de itens para venda e acompanhar pedidos, facilitando a vida de clientes, vendedores e desenvolvedores.
Com apenas um clique o usuário pode ser redirecionado para um espaço seguro para efetuar o pagamento de seu pedido, via APIs que fazem a integração entre o site de comércio eletrônico e bancos ou operadoras de crédito.
Localização ↩
A Google oferece gratuitamente sua ferramenta Google Maps API, que possibilita a integração de mapas e recursos de geolocalização a websites.
Dessa forma, o usuário consegue planejar sua rota para chegar à loja física da empresa ou até mesmo rastrear seu pedido em tempo real.
- Leia também: Como os chatbots impactam a experiência do usuário?
Tipos de protocolos de API ↩
Cada formato de API tem um protocolo específico para definir que tipos de dados ou quais comandos serão aceitos por aquela tecnologia.
Esses protocolos têm características e compensações únicas e podem ser empregados para finalidades distintas, veja só!
REST ↩
As APIs REST ou RESTful (sigla para Representational State Transfer) são desenvolvidas por meio de arquitetura cliente-servidor para se comunicar via HTTP, utilizando recursos como URIs, CRUD e JSON.
Esse protocolo armazena respostas em cache, conferindo mais agilidade aos processos, mas requer que cliente e servidor sejam completamente independentes, isto é, que não sejam alterados por eventuais mudanças realizadas no sistema.
Em geral, o protocolo REST é utilizado como alternativa ao protocolo SOAP, pois facilita a disponibilidade de dados e elimina a necessidade de escrever grandes quantidades de código para exercer tarefas.
SOAP ↩
O protocolo SOAP, sigla para Service Object Access Protocol (ou Protocolo de Acesso a Objetos Simples), se caracteriza pelo padrão complexo, estruturado, bem-definido e controlável, sem a flexibilidade do formato REST.
Esse recurso é bastante utilizado em sistemas que requerem maior segurança para suas trocas de dados, sobretudo em Application Programming Interfaces internas ou de parceiros.
Apesar de sua robustez, esse tipo de protocolo é surpreendentemente leve para a troca de dados em um ambiente descentralizado e distribuído, possibilitando o envio de mensagens XML via HTTP ou SMTP.
RPC ↩
O protocolo de chamada procedural remota, ou RPC, possibilita a execução remota de comandos e funções em um contexto externo, ou seja, o cliente pode executar códigos em um servidor.
O objetivo é possibilitar a interação de diferentes aplicações com base em uma plataforma que solicita dados (isto é, o cliente) e outra que fornece essas informações (o servidor) de maneira remota.
Para isso, esse tipo de protocolo pode utilizar linguagens JSON ou XML, conforme a necessidade.
GraphQL ↩
O protocolo GraphQL surgiu diante da necessidade crescente de desenvolvimento mais rápido, com maior capacidade de carregamento de dados e mais adaptabilidade móvel.
Esse tipo de linguagem possibilita que o cliente detalhe os dados de que precisa e facilita a adição de informações via múltiplas fontes.
Importância das API****s ↩
Utilizar APIs pode ser bastante vantajoso tanto para o produtor quanto para o consumidor.
Quem produz pode contar com sistemas perfeitamente integrados e protegidos do acesso de terceiros, garantindo a oferta de inúmeras funcionalidades para sites, softwares e aplicativos, como listagem de produtos, conclusão de vendas e cobrança de pedidos.
Para o usuário, as Application Programming Interfaces possibilitam economia de tempo e facilidade de navegação, pois você nem sequer precisa trocar de página para acessar os serviços que procura, além de ter seus dados protegidos e facilmente acessíveis.
No fim das contas, a integração via API possibilita que diferentes sistemas “conversem” utilizando um padrão fácil de assimilar para compartilhar dados e informações.
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